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Wilian Fernandes Pereira foi o apelido que me deram quando eu nasci. Era pra ser uma eleição entre William e Wesley. Havia uma lei em 79 que coibia nomes em idiomas estrangeiros. Daí meu pai tinha um bar, e os bêbados que comiam coxinhas feitas com galinhas gripadas votaram no primeiro nome. Meu primo acabou se chamando Wesley. Ele não sabe mas eu gosto bastante dele; entendo que saiba que a realidade sufoca e mata. Mas espero que aceite: toda chuva passa. No fundo mesmo meu nome era pra ser João Bosco. Sem comentários...
Depois aconteceu de eu crescer e ir para a escola, onde, apesar de todos os esforços que não fiz, fui formatado e saí da linha de produção recentemente e semi-lesado (poderia ser pior? sempre).
O fordismo da cabeça me deixou como a Fapesp gosta: cheio de teoria e sem dinheiro. Mas eu resisto.
Pensei no que seria depois que me formasse. Como é difícil às vezes entender que cada coisa tem o seu tempo certo. Insisto em colher frutos verdes e em me preocupar com cada inseto que pousa na árvore, insetos reais que sempre pousaram, inofensivos, ou insetos estranhos que fabrico em minha idiossincrasia.
Tomei decisões importantes: um nome nada guarda. Todo nome passa. Dizem por aí que o orgulho é mortal: o Ego passa e deixa o caldo. Daí a indiferença principal de se ser ou de não se ser quem se é. É importante sermos quem somos, mas é indiferente nossa condição de SER, do ponto de vista da auto-importância que é dever de outro SER, enquanto é.
Parece difícil mas é fácil: os homens são diferentes. Atentar para a própria diferença é fundamental.
O que tudo isso tem a ver com esta página? A coincidência de eu quer escrever isso aqui e de você ter decidido ler. Não, não é incrível. Foi por acaso. E por acaso é que o mundo gira, e por acaso é que estamos nele, e é fora do acaso, do grande e Infinito Acaso... é fora do acaso que está o conjunto do que eu não conheço.
Do acaso eu não sei de nada só o sinto. Por acaso, e isso não é loucura.
Meu nome é Zé.
Profissão: CyberHippie
Idade: 23, por enquanto.
Objetivo: próprio, desconhecido.